Mariza... Mundo 360º

13-11-2016 01:23

As palmas foram o indício de que o espectáculo ia começar.

As luzes ficaram semiapagadas e bem no centro do Coliseu dos Recreios, num palco circular e não muito grande, 3 músicos começam a tocar. Pedro Jóia na guitarra acústica, José Manuel Neto na guitarra portuguesa e Yami no baixo. De preto e prateado, elegantemente vestida,  MARIZA começa a cantar e a encantar com canções do seu último albúm, "Mundo 360". Os três primeiros temas, "Menor do Porto", "Recusa", "Fado Magala e "Primavera".

Com uma voz única, deu as boas vindas ao Primeiro Ministro, aos convidados e à "Gente da Minha Terra".  Já no grande palco, e acompanhada também por Vicky Marques na bateria e percussão,  de vermelho vestida, diz: "É um prazer voltar a ver-vos, eu chamei-vos e vocês vieram". Entoa "Missangas". Focos de luz finos e brancos caiem sobre si, dançando de uma forma suave, envolvente...  Imagens projetadas no cenário, igualmente delicadas mudam de acordo com os temas cantados, dando ainda mais força às palavras/poemas que canta.


Evoca vários compositores, homenageando-os e cantando-os, incentivando o público a acompanhá-la.
Canta uma morna, "Padoce di céu azul" e "Chuva", temas de Jorge Fernando. A sala está rendida.
Extrovertida, conversadora, faz uma viagem às sua origens, canta para o marido, "Sem ti", de Miguel Gameiro, com paixão, enrolada em si mesma, numa dança envolvente e enleadora. 
Dá voz a "Meu fado meu", de Paulo de Carvalho. Na interpretação, "O melhor de mim", o refrão intenso e com uma mensagem forte, foi cantado pela assistência e arrancou intensos aplausos de pé.


 "Sombra", "Alma" e "Rio de Mágoa", de Mário Pacheco com letra de Rosa Lobato Faria, fizeram parte do repertório. Não faltaram temas intemporais como, "Barco Negro", "É ou não é" e "Rosa Branca" numa interação constante com a sala, completamente esgotada.
 Agradeceu aos poetas, aos autores, aos compositores, a toda a equipa dizendo ainda que, "fazer música tem que ser com paixão e é assim que vou terminar o concerto esta noite".  Por isso terminou com um tema apropriado "Paixão".


O público entusiasmado e apaixonado pediu mais e Mariza regressou ao palco, onde tinha iniciado a sua atuação e cantou um fado Frankelin (sextilhas). Sem amplificação, temas que recordou, cantados na pequena  taberna de seus pais. De uma forma ternurenta canta, "O tempo não pára", dedicada ao filho Martim, sentado no colo, dizendo,  "... sem ele a vida não tem sabor, não tem gosto". Um momento muito alto da noite, com a participação de toda a sala, que em pé ovacionou esta voz portuguesa, conhecida mundialmente.


Circulou entre a plateia e cantou o inevitável "Ó gente da minha terra". Arrepiante e emocionante...  aplausos... muitos!.
O final do concerto foi marcado com uma chuva de  confetis e balões gigantes, numa noite que deixa "Saudade solta". Como disse Mariza, "nós gostamos de nos despedir com muita energia".
Uma grande noite, com uma grande senhora do fado... numa noite de excelência.

Texto : Ana Clara Duarte

Photos by Carlos Plácido

Revisão de Textos: Isabel Baptista

Direção: Anabela Santos

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