Nuno Câmara Pereira

21-04-2018 15:17

Não podia ter sido mais IN&OUT.Foi um espectáculo que primou por altos e baixos, momentos bons e menos bons, com uma balança mais pesada para o OUT.

Mas vamos começar pelo lado positivo…

“Belmonte, EmCantos Mil” é o nome do mais recente disco de Nuno da Câmara Pereira e foi este álbum que apresentou, no espectáculo do Coliseu de Lisboa. Uma viagem por alguns dos temas mais conhecidos da longa carreira do fadista.

Não esteve sozinho em palco. Contou com a companhia do irmão Mico e de outros familiares com quem cantou “Procissão”, “Rainha” ou “Maria Vila”. Com Maria João Quadros interpretou “Vielas de Alfama” e “Nova Tendinha” e com Artur Batalha “Sinas Trocadas” e” Igreja Santo Estevão”. A Orquestra da Escola de Música de Belmonte foi uma boa surpresa que se destacou pela qualidade da sua performance. A meio da noite ainda houve lugar para que, em conjunto com a orquestra e o fadista, um corpo de bailado interpretasse 4 temas, como “Doce Morrer no Mar” ou “Se Te Chamasses Saudade”.

 

O fadista Rodrigo, que se encontrava na plateia, subiu ao palco para um dueto, naquele que foi um dos momentos altos da noite. E pouco mais se pode incluir na lista dos IN, acrescentando apenas os músicos que acompanharam e foram o suporte de Nuno e os seus convidados.

Vamos aos OUT, a começar por um espectáculo demasiado longo (quase 3 horas sem intervalo), com uma sala praticamente vazia, tendo em conta a dimensão do Coliseu. Apenas a plateia e balcão estavam ocupados, mas com muitos lugares vazios.

A noite não começou bem para o fadista com a voz a “descarrilar” do tom certo. As falhas de voz em “Sonho Menino” ou no “Embuçado”, mostraram que com o passar dos anos, nem todos os artistas conseguem manter o nível que os tornou uma referência. Não que isso possa vir a denegrir a sua longa carreira, mas a emoção e o nervosismo inicial, podem ser uma desculpa para um princípio de espectáculo menos auspicioso.

 Mas aquecida a voz, Nuno da Câmara Pereira recuperou as suas qualidades e com a voz afinada, mostrou porque é um dos nomes de referência do fado nacional. Em “Cacilheiro”, “Lisboa” ou os três fados do encore, recuperou a sua qualidade de fadista.  Foi uma longa noite, com momentos de fragilidade técnica, apresentada pelo veterano de televisão Júlio Isidro, que serviu para celebrar, sem fogo de artifício, o percurso de um fadista defensor das tradições nacionais.

Podia ter sido melhor? Podia… e de certeza que o próximo será.

 

Jornalista: Isa Tavares

Supervisão de Texto: Anabela Santos

Fotos: © Carlos Plácido

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